Desde
1992 o Brasil não presenciava mobilizações populares de grandes proporções e a
imprensa que não noticiava com grande amplitude tais manifestações que por
vezes ocorriam. Pois o mês de junho de 2013 trouxe a tona as grandes manifestações
populares e os grandes veículos de comunicação, a sua maneira, vêm noticiando
os eventos com grande destaque.
As
razões para chegarmos a tal situação são explicadas por diversos pontos ou causas:
a luta pela redução tarifária das passagens nas grandes capitais, os gastos e
os desvios exorbitantes com a Copa do Mundo, a corrupção generalizada que vem
se arrastando por décadas e a falta de investimentos públicos em setores
básicos (saúde, educação, transportes). Tudo isso confluiu para a ocorrência de
tais manifestações, primeiramente no eixo Rio de Janeiro – São Paulo, depois se
espalhando para outras capitais e cidades interioranas.
Uma
das características que são bem visíveis nesses protestos, que se diferem do
período do “Fora Collor” é a forma truculenta como alguns batalhões policiais
tratam os manifestantes e outro aspecto diferenciador são as ações isoladas de
uma minoria de vândalos, arruaceiros e criminosos que, infiltrados no meio dos
manifestantes, promovem todo o tipo de dano ao patrimônio público e privado,
transformando as manifestações em verdadeiros campos de batalha urbanos.
Não
se pode deixar de utilizar esse espaço para criticar a forma leviana como os
grandes veículos de comunicação noticiam os protestos. Em um momento eles
encobrem as grandes causas da mobilização e desviam o foco para apenas um
objetivo minimizador: a redução das passagens. Em outro momento, se existirem
os confrontos ou depredações, as câmeras e repórteres se dirigem apenas aquele
ato, deixando em segundo plano toda a manifestação. Vale lembrar que esses
canais sensacionalistas vivem basicamente em busca de audiência, e notadamente
esses eventos atraem sua atenção, pois significa na certa o aumento dos tais
índices.
O
país está acordando, pessoas das diversas faixas etárias, que vivenciaram
movimentos semelhantes, estão cansadas de tamanho descalabro com a
administração dos nossos recursos. A população está percebendo todo o caos em que
estamos imersos e nada mais justo, sensato e democrático do que sair nas ruas e
protestar das mais variadas formas.
Estamos
vivendo um período histórico singular. Dessa vez a internet, com as redes
sociais, tornou-se um aliado em potencial nessa luta, pois além de ser um veículo
de propagação de informações dos protestos, tornou-se uma ferramenta de
exteriorização de toda a revolta popular.
Espera-se
que todos esses protestos surtam um efeito positivo no triste cenário que
estamos inseridos, que os políticos que estão no poder vejam a força que o povo
tem de criticar e reivindicar e que futuramente boa parte destes que estão aí
não concorram a nenhum cargo político. Não é uma Revolução. É uma transformação!