quinta-feira, 12 de julho de 2018

30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO: Utopia?

 Em três meses completará 30 anos de um dos marcos mais importantes de nosso país. Em 05 de outubro de 1988 era promulgada a nova Carta Constitucional do país. Depois de um longo e tumultuado período de ditadura militar (1964-85) a sociedade brasileira dava um salto legalista no que se referia a implantação de um modelo constitucional baseado nos princípios de igualdade e cidadania.Na época em que foi promulgada a Constituição, vivíamos um clima de euforia política, apesar dos altos índices inflacionários. Era o período governamental conhecido por “Nova República”, os brasileiros receberam de braços abertos a nova Constituição, tendo por principal representante o Deputado Constituinte Ulysses Guimarães. Os principais artigos dizem respeito a total liberdade religiosa e a punição daqueles que cometem os crimes de racismo.Os primeiros anos de vigência da nova Carta Magna não foram dos mais festejados, após a eleição de Fernando Collor o país mergulhou em uma séria crise econômica e política. O presidente que prometia restabelecer o poder de compra do brasileiro transformou o cotidiano deste em uma verdadeira batalha nos supermercados.Governos se sucederam, inumeráveis escândalos envolvendo corrupção se abateram por nosso país durante esses 25 anos e a Constituição chega ao presente ano com sérios sintomas de desgaste e incompatibilidade com a realidade que o país está passando.Contudo, não é só de fracassos que a Constituição se notabilizou. Conquistas foram marcantes nesse sentido: liberdade religiosa irrestrita, estabelecimento de uma sólida democracia política, liberdade de imprensa e de crítica.Fazer uma análise desse curto período de existência da Constituição requer ter em mente que a própria tessitura dos artigos em 1988 teve a obscura participação das classes dominantes, de setores ligados aos partidos de sustentação do regime militar. Esses arranjos tiveram uma série de conseqüências negativas para os cidadãos. Percebe-se a permanência de um conjunto de Leis que abrandam os crimes de corrupção, onde a impunidade é uma vertente sempre presente nos noticiários.Avanços significativos foram conquistados. Estagnação em outros quesitos também são marcantes. Assim a nossa Constituição vai caminhando, com avanços e desafios a serem enfrentados. A total noção e prática da tão propalada cidadania ainda é uma utopia em um país tão desigual como o Brasil. Setores onde o Estado tem a obrigação de investir massiçamente, a exemplo da Educação e Saúde, não estão tendo a devida atenção. Vivemos em um país onde existe uma das maiores cargas tributárias do mundo, porém não usufruímos dessa arrecadação, pois uma grande soma de recursos é desviada em todas as esferas administrativas. Temos um Legislativo corrupto e não preocupado com os mais humildes, o Judiciário que era a única chama de esperança provou ser tão mancomunado quanto os deputados.O caminho para comemorarmos efetivamente o aniversário da Constituição ainda precisa ser trilhado e isso é um processo que tem que partir de cada cidadão. Precisamos ter uma melhor consciência política, temos que nos importarmos com POLÍTICA e não com POLÍTICOS. Infelizmente, o que vemos nos dias atuais é um insulto à constituição, não só à ela, mas leis trabalhistas. Vivemos um momento denso e desconfortável, moldado por um  governo inescrupuloso, desastroso e incapacitado.

sexta-feira, 6 de março de 2015

CINEFILANDO

Instrumento que transcende a fértil imaginação do ser humano, termômetro cultural de um contexto histórico e social, elemento de propaganda governamental, disseminador de um modelo de comportamento, “fábrica de sonhos”; é assim que o Cinema se configura perante a sociedade, como algo que perpassa a mera definição de Sétima Arte.
Dessa maneira, o novo quadro que vem a ser inaugurado (CINEFILANDO) tem por finalidade propor humildes recomendações de filmes para o público leitor do Blog. Películas com temáticas sociais marcantes, que podem provocar as mais variadas emoções e que fazem nossa massa cinzenta “fervilhar”.

Todas as sextas será indicado um título. Aproveitem, preparem a pipoca e bom filme!

domingo, 1 de março de 2015

NEOLIBERALISMO EM ALAGOA GRANDE?

      Parece que esse regime econômico tirânico chegou em Alagoa Grande. Depois de longos anos ditando a forma como os mínimos benefícios trabalhistas poderiam ser ofertados e/ou retirados na esfera nacional, o neoliberalismo bate às portas na terra de Jackson do Pandeiro, especialmente sobre os funcionários públicos da alçada municipal.
Redução drástica dos gastos de uma folha salarial inchada, obrigatoriedade no cumprimento das 8 horas diárias de trabalho, corte de cargos de confiança, essas foram as principais “benesses” anunciadas pelo nosso iluminado gestor durante o final do mês de fevereiro, claro que de forma implícita (sem nenhum alarde ou divulgação na imprensa).
   Teoricamente tal atitude possuiu uma fundamentação plausível – são medidas necessárias em qualquer instituição pública na atual conjuntura econômica nacional – mas na prática pode significar uma despreocupação latente do prefeito com a manutenção de uma rede de cabos eleitorais, o que pode ser compreendido à luz de um novo momento de alternância de poder, uma vez que o vice-prefeito Beto do Sindicato poderá ter sua candidatura apoiada pelo atual intendente.
    Dessa forma, Alagoa Grande vai respirando novos ares, uma forma administrativa “inovadora” e com impacto imediato sobre os menos privilegiados, principalmente àqueles que encamparam a defesa do candidato, com todas as suas forças, no ano de 2012 e agora recebem esse “presente de grego” neoliberal.

  

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Aos leitores, avisamos que a partir de hoje, todas as segundas-feiras, serão postadas charges críticas e irreverentes na seção HUMORIZANDO deste blog. Toda semana será abordado um tema diferente. O tema dessa semana é Educação. Esperamos que gostem.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A ENTREVISTA DA PRESIDENTE DILMA AO PROGRAMA DO RATINHO: ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS ÍNDICES DE POPULARIDADE.

No dia 7 de outubro foi exibida a entrevista da presidente Dilma Rousseff no programa do apresentador Carlos Massa (Ratinho) que durou mais de 50 minutos. A entrevista foi apresentada em um quadro do programa denominado de “Dois Dedos de Prosa”, que tem como objetivo a realização de uma entrevista nos moldes de uma conversa informal.Em dias normais Dilma é totalmente distante dos jornalistas, concedendo raras entrevistas, quando bem lhe aprouver. Porém nesse quadro Dilma versou sobre os mais variados assuntos. Quis se mostrar como uma governante preparada e ciente em resolver os problemas que se abatem sobre o país.Em uma primeira etapa da entrevista afirmou ter visto as manifestações de junho de forma positiva, porém como forma de se isentar das críticas lançou uma questão: que em nenhumas das reivindicações se pediu a volta ao passado. No que se refere as conseqüências positivas das manifestações, Dilma afirma que sem as mobilizações populares seria impossível direcionar 75% dos royalties do petróleo do Pré-Sal para a educação e 25% para a saúde.Sob a questão da Copa do Mundo, principal alvo dos protestos que ocorreram no país, a presidente afirmou que existem inúmeros aspectos positivos que serão sentidos a longo prazo, a exemplo dos investimentos públicos no setor de mobilidade urbana e segurança. No que se refere a construção dos estádios existe em todas as obras das arenas o financiamento na ordem dos 400 milhões de reais pelo BNDES, não existindo a injeção direta de recursos públicos.  Passou-se para questões em torno das rotas de escoamento da produção brasileira e Dilma não deixou de afirmar que a prioridade que se deu sobre a rede rodoviária em detrimento da malha ferroviária a partir de 1950 foi um erro estratégico que causou e causa grandes prejuízos ao país. Como é de praxe ela não deixou de se auto promover, anunciando a construção de 10.000 km de malha ferroviária durante sua gestão.
No quesito combate a criminalidade a presidente foi muito vaga, pois não anunciou ações de peso nesse campo. A “Operação Sentinela”, que consistiu na ação conjunta entre Polícia Federal e Forças Armadas nas fronteiras do país se configurou como uma operação para “enxugar gelo”, uma vez que o estado das áreas fronteiriças é precário, tornando-se uma porta de entrada de narcóticos e armas.Percebe-se a tentativa de imprimir um tom casual em uma entrevista concedida a uma governante soberba e autoritária. “Dois Dedos de Prosa” não é nada mais do que uma estratégia que se insere em um conjunto de atitudes articuladas pelo Planalto com o objetivo de restabelecer os índices de popularidade perdidos por Dilma durante o desgastante mês de junho.
O apresentador Ratinho não é nada mais do que um canal de articulação entre um governo desgastado e um comunicador que deseja ganhar mais alguns pontos de audiência. 2014 é ano de eleição e nesse sórdido jogo de interesses eleitoreiros vale de tudo, inclusive se passar por uma governante preocupada com questões cruciais do país. 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

GREVE DOS PROFESSORES NO RIO DE JANEIRO – PROTESTOS NA CIDADE E BLACK BLOCS: MISTURA EXPLOSIVA

Eles surgiram no final da década de 1980, na Alemanha da Guerra Fria, em protestos antinucleares. A partir de 1990 as diversas ramificações Black Bloc pelo mundo direcionaram seus protestos para o combate ao capitalismo e o sistema financeiro internacional. A forma de protestar também mudou do modo pacifista para o modelo anárquico, baderneiro e violento. As atuações desses grupos denominados de Black Bloc ficaram bastante conhecidas durante os protestos de junho que varreram o país, com destaque as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Avenidas, praças públicas, centros comerciais, tudo isso se transformou em um verdadeiro campo de batalha entre os arruaceiros e as forças de segurança. Naquele momento o fator reivindicatório dos protestos que ganharam o país estava perdendo força e visibilidade para a atuação dos marginais travestidos de manifestantes.
Situação semelhante está se repetindo há várias semanas no Rio de Janeiro, onde uma importante categoria profissional do município (professores) entraram em greve com uma pauta de reivindicações de grande importância. A forma como o prefeito Eduardo Paes e os vereadores do município analisaram e votaram determinadas propostas de melhoria da categoria não foi bem recebida no meio docente. Propostas que estão distantes e destoantes da realidade do professorado brasileiro, propostas que privilegiam aqueles que se dedicam a uma jornada de trabalho estafante, propostas que viabilizam um plano de salários e carreira desiguais em relação a tempo de serviço e formação acadêmica, tudo isso confluiu para o Sindicato dos Professores decretar a permanência da greve.Até esse momento tudo caminhava de acordo com os princípios democráticos e constitucionais de greve e protesto, mas todo o problema surgiu a partir da infiltração dos conhecidos Black Blocs nas manifestações. Algumas categorias profissionais aderiram ao movimento, reforçando a idéia que o Estado está oferecendo um péssimo serviço para a população, mas os arruaceiros vestidos de preto imprimiram um novo contraste nos protestos, marcado pela intolerância, vandalismo e violência generalizada.
Símbolos do capitalismo financeiro internacional são destruídos, a exemplo das agências bancárias, contudo uma variedade de bandidos, saqueadores e todo tipo de pessoas de má índole se infiltram nesses movimentos anárquicos para se satisfazerem em meio aos protestos. Nesse clima de protestos os saques e roubos são inevitáveis.O que era para ser um movimento legal e legítimo em todos os sentidos, de uma classe importantíssima, que proporciona o desenvolvimento das futuras mentes que estarão à frente do país, acabou se transformando em uma infeliz batalha campal entre a polícia e manifestantes. Porém devemos separar os manifestantes dos baderneiros. A primeira categoria está realmente preocupada com os destinos do país e a segunda está centrando seus esforços na pirotecnia, na arruaça e na depredação. Essa segunda categoria, intitulada de Black Bloc nem merecia a menção nessa coluna, pois alguns desses indivíduos nem estão se importando com o estabelecimento de uma sociedade igualitária. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO: CONQUISTAS E ATRASOS

 Em 05 de outubro de 1988 era promulgada a nova Carta Constitucional do país. Depois de um longo e tumultuado período de ditadura militar (1964-85) a sociedade brasileira dava um salto legalista no que se referia a implantação de um modelo constitucional baseado nos princípios de igualdade e cidadania.Na época em que foi promulgada a Constituição, vivíamos um clima de euforia política, apesar dos altos índices inflacionários. Era o período governamental conhecido por “Nova República”, os brasileiros receberam de braços abertos a nova Constituição, tendo por principal representante o Deputado Constituinte Ulysses Guimarães. Os principais artigos dizem respeito a total liberdade religiosa e a punição daqueles que cometem os crimes de racismo.
Os primeiros anos de vigência da nova Carta Magna não foram dos mais festejados, após a eleição de Fernando Collor o país mergulhou em uma séria crise econômica e política. O presidente que prometia restabelecer o poder de compra do brasileiro transformou o cotidiano deste em uma verdadeira batalha nos supermercados.
Governos se sucederam, inumeráveis escândalos envolvendo corrupção se abateram por nosso país durante esses 25 anos e a Constituição chega ao presente ano com sérios sintomas de desgaste e incompatibilidade com a realidade que o país está passando.
Contudo, não é só de fracassos que a Constituição se notabilizou. Conquistas foram marcantes nesse sentido: liberdade religiosa irrestrita, estabelecimento de uma sólida democracia política, liberdade de imprensa e de crítica.Fazer uma análise desse curto período de existência da Constituição requer ter em mente que a própria tessitura dos artigos em 1988 teve a obscura participação das classes dominantes, de setores ligados aos partidos de sustentação do regime militar. Esses arranjos tiveram uma série de conseqüências negativas para os cidadãos. Percebe-se a permanência de um conjunto de Leis que abrandam os crimes de corrupção, onde a impunidade é uma vertente sempre presente nos noticiários.Avanços significativos foram conquistados. Estagnação em outros quesitos também são marcantes. Assim a nossa Constituição vai caminhando, com avanços e desafios a serem enfrentados. A total noção e prática da tão propalada cidadania ainda é uma utopia em um país tão desigual como o Brasil. Setores onde o Estado tem a obrigação de investir massiçamente, a exemplo da Educação e Saúde, não estão tendo a devida atenção. Vivemos em um país onde existe uma das maiores cargas tributárias do mundo, porém não usufruímos dessa arrecadação, pois uma grande soma de recursos é desviada em todas as esferas administrativas. Temos um Legislativo corrupto e não preocupado com os mais humildes, o Judiciário que era a única chama de esperança provou ser tão mancomunado quanto os deputados.
O caminho para comemorarmos efetivamente o aniversário da Constituição ainda precisa ser trilhado e isso é um processo que tem que partir de cada cidadão. Precisamos ter uma melhor consciência política, temos que nos importarmos com POLÍTICA e não com POLÍTICOS. Infelizmente, o que vemos nos dias atuais é um insulto à constituição, não só à ela, mas leis trabalhistas. Vivemos um momento denso e desconfortável, moldado por um  governo inescrupuloso, desastroso e incapacitado.