quinta-feira, 10 de outubro de 2013

GREVE DOS PROFESSORES NO RIO DE JANEIRO – PROTESTOS NA CIDADE E BLACK BLOCS: MISTURA EXPLOSIVA

Eles surgiram no final da década de 1980, na Alemanha da Guerra Fria, em protestos antinucleares. A partir de 1990 as diversas ramificações Black Bloc pelo mundo direcionaram seus protestos para o combate ao capitalismo e o sistema financeiro internacional. A forma de protestar também mudou do modo pacifista para o modelo anárquico, baderneiro e violento. As atuações desses grupos denominados de Black Bloc ficaram bastante conhecidas durante os protestos de junho que varreram o país, com destaque as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Avenidas, praças públicas, centros comerciais, tudo isso se transformou em um verdadeiro campo de batalha entre os arruaceiros e as forças de segurança. Naquele momento o fator reivindicatório dos protestos que ganharam o país estava perdendo força e visibilidade para a atuação dos marginais travestidos de manifestantes.
Situação semelhante está se repetindo há várias semanas no Rio de Janeiro, onde uma importante categoria profissional do município (professores) entraram em greve com uma pauta de reivindicações de grande importância. A forma como o prefeito Eduardo Paes e os vereadores do município analisaram e votaram determinadas propostas de melhoria da categoria não foi bem recebida no meio docente. Propostas que estão distantes e destoantes da realidade do professorado brasileiro, propostas que privilegiam aqueles que se dedicam a uma jornada de trabalho estafante, propostas que viabilizam um plano de salários e carreira desiguais em relação a tempo de serviço e formação acadêmica, tudo isso confluiu para o Sindicato dos Professores decretar a permanência da greve.Até esse momento tudo caminhava de acordo com os princípios democráticos e constitucionais de greve e protesto, mas todo o problema surgiu a partir da infiltração dos conhecidos Black Blocs nas manifestações. Algumas categorias profissionais aderiram ao movimento, reforçando a idéia que o Estado está oferecendo um péssimo serviço para a população, mas os arruaceiros vestidos de preto imprimiram um novo contraste nos protestos, marcado pela intolerância, vandalismo e violência generalizada.
Símbolos do capitalismo financeiro internacional são destruídos, a exemplo das agências bancárias, contudo uma variedade de bandidos, saqueadores e todo tipo de pessoas de má índole se infiltram nesses movimentos anárquicos para se satisfazerem em meio aos protestos. Nesse clima de protestos os saques e roubos são inevitáveis.O que era para ser um movimento legal e legítimo em todos os sentidos, de uma classe importantíssima, que proporciona o desenvolvimento das futuras mentes que estarão à frente do país, acabou se transformando em uma infeliz batalha campal entre a polícia e manifestantes. Porém devemos separar os manifestantes dos baderneiros. A primeira categoria está realmente preocupada com os destinos do país e a segunda está centrando seus esforços na pirotecnia, na arruaça e na depredação. Essa segunda categoria, intitulada de Black Bloc nem merecia a menção nessa coluna, pois alguns desses indivíduos nem estão se importando com o estabelecimento de uma sociedade igualitária. 

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