quarta-feira, 22 de maio de 2013

HOMOFOBIA

HOMOSSEXUAIS VERSUS EVANGÉLICOS E A UTILIZAÇÃO DA MÍDIA NESSE EMBATE

“Eu continuo e sou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados”.
Essa foi uma declaração proferida pelo Pastor Marco Feliciano, no dia 20 de abril de 2013, após uma saraivada de críticas contra sua eleição para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, além dos diversos protestos em partes do Brasil.
A chegada de um evangélico radical a presidência de uma Comissão tão importante no campo de defesa dos direitos de todas as classes sociais traz a tona um debate de grande importância: a homofobia e os radicalismos existentes em ambas as partes.
Polêmico, midiático e sempre disposto a mais uma dose de holofotes, Marco Feliciano conseguiu ser a principal pauta jornalística durante várias semanas. As sessões da Comissão que preside eram marcadas pelos constantes tumultos envolvendo manifestantes, chegando por vezes a inviabilizar o andamento dos trabalhos da Comissão. Buscando ganhar espaço na mídia (a exemplo do Deputado também homofóbico e direitista Jair Bolsonaro) e de rechaçar a onda de críticas a sua posição a frente da Comissão dos Direitos Humanos, Marco Feliciano saiu em uma espécie de “caravana midiática”, dando entrevistas em diversos programas de rede aberta (Agora é Tarde, Programa do Ratinho, entre outros), sempre com a defesa de que o homossexualismo é possível ser curado, como se fosse uma doença.
Em contrapartida a onda de exposição do pastor homofóbico Marco Feliciano, surge uma reportagem do Fantástico da Rede Globo do dia 7 de abril de 2013, sobre a escolha (ou mudança sexual) da cantora Daniela Mercury. Daniela releva ter um relacionamento com a jornalista da TV Bahia Malu Verçosa, expondo sobre a necessidade das duas constituírem família.
De maneira semelhante, guardada suas devidas proporções, Daniela utilizou um canal de grande audiência para divulgar o seu novo relacionamento e sua opção sexual, algo parecido com a estratégia do Pastor Feliciano. Em uma frase proferida na entrevista, ela sintetiza o seu objetivo: “Estou comunicando uma relação com uma mulher porque acho natural. E isso vem a reforçar essa liberdade de se ser como se quer e é a luta fundamental da comunidade de gays, lésbicas... eu não gosto dos rótulos, mas estou nessa luta política, sem dúvida: sempre estive”.
Os artistas, aliás, todas as pessoas que estão na mídia de uma forma ou de outra sempre gostam de uma exposição, de estarem em evidência, e cada um aproveita o momento oportuno para entrar em cena.
Existe uma questão séria a ser debatida em nosso país: o preconceito cada vez mais acentuado contra os homossexuais. Mas existe outra questão a ser levada em conta: dos dois lados existem aqueles setores reacionários, de extrema direita, setores que não aceitam nenhuma opinião que se desvie dos seus princípios. Tanto os defensores dos homossexuais quanto os evangélicos possuem esses radicais em seus meios.
É preciso saber discernir o que é a real luta contra o preconceito homossexual, da pirotecnia que algumas personalidades públicas estão causando em nome dessa batalha. Por outro lado alguns partidários do movimento GLBT devem parar com tanto radicalismo e protestar de uma forma mais civilizada, pois vivemos em uma democracia, em que a diversidade de opiniões é uma constante. 

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