sexta-feira, 24 de maio de 2013

O FIM DO BOLSA FAMÍLIA ?

BOATOS SOBRE O BOLSA FAMÍLIA E A REAÇÃO POPULAR: UM REFLEXO DA ATUAL SITUAÇÃO SOCIAL DO BRASIL

Não foi a Revolução de outubro de 1930, não foi o golpe militar de março de 1964, também não foram os grandes comícios que pediam eleições diretas para presidente em 1984 (Diretas-Já)... Foi algo maior e preocupante que foi presenciado na atualidade, mas especificamente nos dias 18, 19 e 20 de maio de 2013: uma confusão social inimaginável nas agências da Caixa Econômica Federal. O motivo? Uma sequência de boatos maldosos sobre um abono do Dia das Mães (R$ 200,00) e a provável extinção do Programa Social Bolsa Família.
Esses três primeiros dias foram marcados pela euforia, desespero, anarquia e vandalismo em diversos estados da federação, principalmente nos da região Norte e Nordeste. Nos veículos midiáticos eram constantes as notícias sobre a situação das agências bancárias, as depredações, as imensas filas e o descontrole em manter a ordem em meio à tamanha sanha popular em receber o dito benefício. O governo como forma de atenuar o impacto prometeu uma intensa investigação conduzida pela Polícia Federal para encontrar a origem do boato e ratificou que não existe a possibilidade do benefício ser extinto.
Para além do fato ocorrido, existe uma questão que merece ser considerada: as camadas beneficiadas pelo Bolsa Família encontram-se em um estado crônico de dependência social. O que era, na essência, um programa social que daria viabilidade a ascensão social do beneficiário, tirando-o da pobreza crônica e qualificando-o para o mercado de trabalho, transformou-se em um instrumento de subjugação e estagnação social. Como conseqüência os que implementaram o projeto desfrutam de um cômodo nível de aprovação popular. O governo petista possui todas as ferramentas para se perpetuar no poder por longos anos, fazendo o que nenhum oligarca, militar ou elitista conseguiu durante a trajetória do regime republicano.
A agitação social que se iniciou logo após os boatos pode ser analisada como uma espécie de “raio-x” de uma considerável parte da opinião publica. Ou seja, enquanto o governo estiver implantando programas dessa ordem ele vai continuar no poder.
Estamos presenciando um triste quadro social, no qual uma massa considerável de pessoas não esperam outra coisa do governo que não seja o repasse mensal, proporcional a quantidade membros da família. O sistema educacional pode estar em ruínas, a criminalidade pode crescer vertiginosamente, o sistema de Leis caduco do nosso país pode continuar a proteger os delinqüentes, nada disso produz uma comoção ou revolta popular das proporções do fim do Bolsa Família.

Acabou o tempo das mobilizações populares que reivindicavam o bem comum. Foi-se o tempo em que as lutas políticas tinham uma conotação política positiva. Extingui-se a politização da população. Vemos a política como algo sujo e distante das nossas vidas, enquanto o governo que está no poder lança as bases da sua sustentação, acomodando os mais pobres de forma crônica. 

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